“E eu posso ser a pior pessoa do mundo.
Posso errar o tempo todo. Me preocupar com coisas fúteis. Eu posso fazer
idiotice só pra te ver sorrir. Posso ser ignorante muitas vezes, não tratar as
pessoas como merecem. Eu posso ser a pessoa mais insuportável, aquela pessoa
que vai em um lugar, e ninguém suporta a sua voz. Posso não ser a pessoa mais
agradável do mundo. A melhor companhia que alguém gostaria de ter. Eu posso ser
a pessoa que ninguém tem vontade de estar por perto. Que ninguém tem coragem de
chegar perto pra conversar. Posso ter o jeito mais complexo do mundo. Mais
irritante e chato. Eu posso ser a carta gigante que ninguém teria a paciência
de ler até o final. Posso falar alto, dar gargalhadas escandalosas. Eu posso
chorar de repente mesmo sem ninguém entender. Mesmo sem ter um motivo. Posso
fazer drama por coisas tão pequenas, mas posso. Eu posso passar a maior parte
do meu dia me importando com quem não merece. Posso até dar valor pra quem não
daria o mesmo valor a mim. Eu posso ser a pessoa que ninguém senti falta. Que
ninguém nunca entende o que está sentindo. Posso ser a pessoa mais sem assunto
do mundo com quem gostaria de conversar comigo. Eu posso até ter um ciúme possessivo.
Posso ficar com raiva do nada, e me calar. Posso sorrir, mesmo que não seja um
sorriso verdadeiro. Eu posso mentir que estou bem, mesmo não estando. Posso
sofrer em silêncio, mesmo que não seja necessário tal sofrimento. Eu posso ser
a pessoa mais filha da mãe do mundo. Mas eu nunca teria a coragem de magoar
quem eu amo. Isso, nunca.”
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