Acabou,
sim acabou tudo de uma maneira tão fácil, como terminar de ler um livro
qualquer, como o último gole de uma bebida forte, a última fatia de um bolo.
Acabou como se nem tivesse começado. Sem um último abraço, sem um ultimo beijo,
sem nada. As vezes parece que as coisas começam, simplesmente para acabarem na
melhor parte. Sem motivo nenhum de ter existido. E então a gente fica sem saber
o que vem depois, sem saber no que fazer e em quem e no que pensar antes de
dormir, sem saber de quem será o próximo abraço, sem saber nada, absolutamente
nada do amanhã. E todos aqueles planos que a gente fazia para nosso futuro
agora parecem tolos, quando percebemos o tempo que gastamos imaginando a manhã
perfeito de um domingo qualquer, numa casa qualquer, abraçando aquele que
costumava ser a única coisa que importava ali, foi tudo em vão, foi tudo uma
ilusão, a melhor ilusão.
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